domingo, 28 de outubro de 2012


Fui reler uns textos antigos e acabei encontrando esse, que é de uns meses atrás. Achei injusto não publicar, apesar de ter dado risada da pitada de amargura que ele tem, ahaha. 

"Por um milésimo de segundo eu fechei meus olhos e senti meu peito vazio dele. É engraçado: ficar solteira abre uma sequência de portas e massageia o ego, bastante aliás. E eu sei disso agora porque, pela primeira vez em 2 anos e pouco, me sinto solteira. Não me sinto sozinha - pelo menos não na maior parte do tempo - eu me sinto solteira.
Conversando com uma amiga hoje eu disse "Não acho que você seja respeitada. Talvez ele te ame, mas não te respeita.". É bem maluco isso. Se um cara te ama, deveria te respeitar, certo? Mas pode ser que você não seja muito fácil, assim, de convivência. Eu admito: sou quase impossível. Mas suportei coisas que eu diria pra uma amiga não suportar, simplesmente por não ter certeza que valeria a pena.
E gente, de coração: eu mudaria algumas coisas que eu fiz antes dessa avalanche de emoções, mas não me arrependo. Nem de ter arriscado. Não acho também que eu perdi tempo. Acho só que passou.

Recebi uns posts - e fiquei muuito feliz porque as pessoas do FB começaram a ler o blog e elogiaram - queridinhos de apoio na fase negra da coisa que me ajudaram infinitamente. Meu muitííssimo obrigada, mesmo. Tô na fase branca agora, tô tão em paz. E eu espero q vcs gostem sempre, porque apesar de qse não atualizado, esse blog é feito de coração, é meu desabafo mais sincero.


É que chorar deixou de ser uma vontade e virou uma iminência. Sofrer deixou de ser maior que eu e se tornou a opção que eu nunca escolho. Aquele rasgo que você abriu no meu peito virou um pontinho que eu tenho tentado - e nas últimas semanas friamente conseguido - ignorar.
E você, que já foi tudo e mais um pouco, agora é um quase."

Não é mais um quase, agora só "não é mais", mas o texto fica aí. 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

De verdade.

Me dei mal, meu bem, ninguém escapa. Me joguei de cabeça, te dei meu peito escancarado e quis morrer por vários dias quando você se foi. Não seguidos, ufa. Foram dias terríveis, mas intercalados.
Mas eu quis. Quis gritar, correr, te chacoalhar, te bater, te falar todas as verdades e te mostrar o quanto você não se dá conta de absolutamente nada a tempo. Mas nem precisei segurar: um minuto de consciência já me mostrava o quanto nada disso ia valer a pena, porque nada disso ia me dar de volta aquela vida que eu gostei de ter.
Porque a vida que eu gostei de ter já não existia há tempos, eu demorei pra ver.
Eu amei o que vivi - e nem digo o que vivemos porque já não sei o quanto de verdade foi pra você. Eu amei, eu chorei, eu ri, eu me entreguei, me dei, me mostrei; eu quis, eu deixei de querer, eu tentei - e foi de verdade. Tão de verdade quanto o que eu sentia foi o que eu sofri depois que acabou. E tão de verdade quanto isso, só o quanto eu estou bem agora.
Acho que não existia mesmo chance de um 'pra sempre' pra gente, está tudo bem agora.
Agora. Houve uma mudança de planos, e eu tenho vivido bem e feliz. Sofrer dói e não é pouco, mas faz um bem absurdo depois que passa. Alguém alguma vez disse isso, não me lembro quem.

E o que eu quero de você agora é que seja mesmo feliz, lá de longe, e que não tente me mostrar o quanto só pra me machucar. Porque você não vai mais machucar - isso já foi. Só vai fazer com que você execute o papel mais lamentável que a vida permite: o de quem quer ser o que não é. Tentar mostrar que está de tal ou tal jeito só vai mostrar o quanto você não está. Se quiser me mostrar felicidade ou a falta dela, se poupe e faça com a mesma gentileza que você usava pra me dar flores. Eu não te desejo o mal. Antes eu queria que você sofresse como um camelo, que você amargurasse cada um dos seus dias longe de mim. Mas não mais. Eu não quero, não quero nada.
Nada além de que você seja de verdade daquele dia em que nos separamos em diante, que você de verdade consiga construir histórias e planos, mas é claro, um futuro com elas. Que você saiba dar seus passos e como escolhê-los. Sobre mim, que você conte a nossa história pra quem não nos conheceu juntos como se ela fosse a história de amor mais bonita desse mundo - porque eu acho, de vez em quando, que ela foi -, mesmo que eu não esteja mais ouvindo. 

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Não foi nada.

Você me perguntava se eu tava chateada, o que tinha acontecido. Eu dizia “Não é nada” porque eu queria mesmo que você sentisse. Que percebesse e corrigisse. Mas você não percebia e eu não tinha mais vontade de explicar. O problema é que, mesmo de malas feitas, eu não tive coragem de ir embora. Até que você foi e eu pensei em desfazer as malas, pedir pra gente rever isso. Mas não fiz, anda bem. Aproveitei que já tavam prontas e fui embora também, na direção oposta à sua. Mesmo você não acreditando. “Não foi nada”, não era nada. Era só cansaço. De você, da gente. Pra não cansar mais ainda, parava no “não foi nada”. E você saía irritado, com um “tchau” seco que eu sempre odiei mais que tudo nesse mundo. Mas era tanto cansaço que “tchau pra você também”, nem tava mais ligando.


Me dei conta que eu sempre te tratei melhor que todos, e me perguntei o que você fazia pra ser melhor que todos. Nada. Se eu seguisse essa lógica, deveria ter te dado celulares desligados, meias-satisfações e muita indiferença. Mas eu não sou assim, e nem lamento por não ser. Eu não liguei, não corri atrás, não pedi pra você voltar porque eu não quis. Quando eu pensei em fazer todas essas coisas foi por segundos: me lembrei o que me fez querer te ver sair da minha vida.

Esse não é o primeiro texto sobre você, me sinto meio Tati Bernardi que eu lia e pensava “Mas que obsessão a dessa mulher, cara. Ela escreve tudo isso só porque importa, mesmo que diga que não”. E não vai ser o último. Porque quando você foi embora me deixou com um monte de coisas engasgadas e me conhece o suficiente pra saber que eu mastigo e cuspo as coisas que não engulo, até que eu me canse. Eu cansei de você, mas não de falar. Não significa absolutamente nada falar de você, ou talvez signifique: que a ferida tá tão sequinha que eu toco nela e nem torço o nariz de dor. Mas você não, você prefere fingir que não tem ferida nenhuma, isso é coisa de gente maluca como eu.

Pensei que se matasse você um pouco por dia ficaria mais fácil, e ficou. E agora mesmo que matar você aos poucos leve, de vez em quando, algum pedaço meu embora, eu prefiro que seja assim. Aquela dor que afetava minha vida inteira foi embora com você e nem dói mais.

Disse essa frase e lembrei daquela história em que eu te batia e você dizia “nem doeu” só pra me irritar. E acredite, lembrar nem doeu.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Mas eu posso pedir pro porteiro jogar fora, quando eu lembrar que a caixa existe.

Minha crueldade agora mora na calma. Se mistura com a felicidade que você me deu me aliviando do peso que era ter você, então não é pecado. É uma felicidade muito feliz pra mim, obrigada, mas cruel pra você. E um dia, saiba, você vai saber o quanto.


Papéis voando pela janela, garrafas pela sacada, portas batendo, xingamentos no corredor, nada disso me comove. Aquela imbecil soluçando enquanto escorre pela porta fechada é uma coitada que não mora mais aqui - não, esses clichês deram o fora com você.

E todo o resto, como tudo que não se encaixa, está em uma caixa, na portaria, a te esperar. Ela. Eu nunca mais.



segunda-feira, 11 de junho de 2012

De vez em quando mesmo com chuva a gente abre a janela.

Mesmo com tudo querendo andar pro lado oposto, mesmo com tanta coisa pra fazer, mesmo com tanta coisa pra pensar, mesmo com tanta fé que (não) pode faltar. Mesmo com tanto dia dos namorados, mesmo com todas essas malas de bagagem, mesmo com tudo. Eu não me arrependo não, sabia? Janela(s) aberta(s). E a mesma frase ainda: você nem imagina quanta coisa. Nem imagina.


Me dei conta que no seu mundo pequeno não tem mesmo espaço pra senhora mulherão que eu me tornei. E ai de você, que eu não vou me apertar.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Você nem imagina.







Fechando a ferida, me peguei rindo e sem nenhuma lágrima e lendo Caio Fernando Abreu. "Espera um pouco" eu pensei. "Eu não to chorando? não to com vontade de sair correndo pro banheiro mordendo a boca pelos corredores até que eu finalmente chegue lá e me veja em condições de começar a tentativa de exorcismo que o ato de chorar tem sido nos últimos tempos?". Não. Não tava, não doeu. Eu fico triste ainda, mas é quando me dou conta de que o fim do amor é ainda mais triste que o nosso fim. E porque hoje eu consegui (tão sem querer) cantar essa vitória, fica aqui o texto que me fez ver que 'você vai rir de tudo isso, espera um pouco mais pro fim da história' não é só uma música do Lenini e é bem mais que uma frasezinha de incentivo.

"Eu queria te contar que agora não dói mais. Só que agora não importa tanto o que você vai pensar sobre isso. Queria que você soubesse que já vi nossos filmes milhares de vezes e nem chorei. Ok, chorei. Mas pelo filme, e não por você. Queria que você soubesse que tirei a poeira das nossas músicas, e que as ouço quase todos os dias. Porque elas me faziam mais falta do que você fez. Os nossos lugares não são mais nossos - escrevi outras histórias lá.
Eu estou aprendendo a tocar violão.
E a primeira música que toquei foi aquela música que era uma espécie de hino pra nós dois. Ela é tão linda…e sim, ela continua sendo muito nossa e lembrando demais você. Mas ainda sim, não dói.
Você não pergunta essas coisas, mas sei que gostaria de saber. Porque te conheço. E isso não mudou. Do mesmo jeito que adivinhei as coisas ruins que você aprontaria, eu sei as coisas boas que ficaram aí em você e te fazem lembrar de mim. Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o tempo apaga. E a gente lembra. E já não dói mais."



CFA, com recortes meus, pro desabafo ser maior ainda.



sexta-feira, 11 de maio de 2012

"Tenho andado distraído
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso
só que agora é diferente
Tô tão tranquilo e tão contente."

Das músicas que eu mais gosto na vida, hoje encaixada na sessão "desabafo". ;)

sexta-feira, 2 de março de 2012

O meu maior amor

Parafraseando a Tati:

"Eu não quis ouvir ninguém e não quis sentir mais nada, não quis saber de nada. Quis esperar você voltar daquele jeito, reta e dura como uma estátua, porque eu tive medo de me espalhar pelo mundo e nunca mais ser sua."

Passou. Agora eu entendo aquela história da vida como um estado de graça - que me exige, é verdade, que me entregue. De corpo e alma, de mente e coração. Mas a mim. Aos meus desejos, aos meus anseios, aos meus temores e meus amores. Você faz parte, é verdade, desses. Mas é uma parte de um todo que sou eu.
Pra gente se amar mais e melhor, mas antes disso é por mim mesma. Pra poder amar mais eu to me amando demais.
Vamos começar a brincar de se gostar bastante, acho que assim dá certo. Se não der eu vou saber, então e com toda a certeza, que não era pra ser. De consciência tranquila e com meus pés no chão.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Sobre voltar pra faculdade:

Várias pessoas fizeram várias reflexões, me diverti horrores lendo. As minhas são simples: Pseudointelectuais envelhecem, mas dificilmente tem noção disso. Tem muito mais gente tentando ser do que sendo, mesmo. Ver gente que vc gostava muito se formando e aparecendo quase nunca lá dá um vazio. Não ser mais chamada de bixete dá outro. Os bichos desse ano não vão saber, lamentavelmente (para eles), o que era ter Clássicos com a Mary Lafer e vê-la esquecendo a cabeça, mas mantendo a pose e sua Vuitton devidamente colocadas.
Quanto a mim, preciso parar de jantar pastel e cerveja por lá. O que é uma tristeza.